Contexto
Histórico da cidade de Ibirapitanga
Praça Grande
Loja Unida da Bahia - Centro - Ibirapitanga - Bahia
Ibirapitanga
é uma cidade situada no Sul da Bahia que foi municipalizada pela lei estadual
nº 1444, em 03-08-1961, sancionada pelo então governador da Bahia, Juracy Magalhães, passando a vigorar a
partir de 1963. Antes era distrito do município de Camamu e conhecida como
povoado Cachoeira do Pau, pois tinha como principal rio, o Rio Cachoeira.
Passou a se chamar Ibirapitanga por fazer menção aos muitos Pau Brasil que
existia nessa região, como possuía a principal característica a cor avermelhada
“Ibira” na língua Tupí-Guarani significa “madeira” e “pitanga” significa “fruta
vermelha.”A sua população estimada em 2010 era de 22.610 habitantes e se divide
em sede, zona rural e três distritos: Itamarati,
Camamuzinho
e Novo Horizonte.
Economia:
Essa
cidade faz parte de uma microrregião cacaueira, que viveu o seu apogeu até a
década de 1990, quando o cacau era considerado ouro. A sua economia era
predominantemente advinda dessa cultura. Mesmo com a crise cacaueira, que
assola tanto essa cidade, quanto as demais microrregiões (Ubaitada, Ubatã,
Camamu), a economia do cacau é a que ainda movimenta a cidade, mas não com
tanta força.
O
povoado Cachoeira do Pau era composto por pequenos lotes de terras com uma
cultura predominantemente familiar. Com o auge do cacau, muitos fazendeiros
foram se apoderando das terras, comprando-as por preços muito abaixo do
mercado, para ampliarem as suas fazendas. Muitas famílias, sem ter para aonde
ir, passaram a trabalhar nas fazendas de cacau, para manterem os seus
sustentos. Muitos desses fazendeiros, conhecidos também como coronéis, vieram
da cidade de Salvador que fica a 162 Km de Ibirapitanga.
Praça João Victo
A
Bahia em si, estava bem conceituada no mundo todo, pelo grande advento do
cacau, que tinha uma grande produção especificamente na região Sul, a exemplo
da cidade de Itabuna e Ilhéus, que serviram de grandes referências. A
exportação do produto se deu por meio dos navios que atracavam no porto de
Ilhéus rumo ao porto de Salvador, daí para outros países. Novelas, a exemplo de
“Renascer” e romances, a exemplo de Jorge Amado que trata da rica e sangrenta
história da região cacaueira da Bahia, imortalizada nas obras de Terras do
sem-fim; São Jorge dos Ilhéus; Gabriela, cravo e canela e Tocaia
Grande, fizeram grades sucessos.
A
fé que movimenta Ibirapitanga:
Retomando
a história de Ibirapitanga, a santa padroeira da cidade é Nossa Senhora do Carmo, para a qual,
até início da década de 1990 (auge da lavoura cacaueira), se fazia um grande
festejo católico popular com novenas, barracas de comidas típicas, diversos
shows, quebra de cacau, a tradicional "Gincana da Festa da Padroeira"
e a missa do dia 16 de julho. Atualmente, a festa mais conhecida é o São Pedro.
A
EDUCAÇÃO DE IBIRAPITANGA
No
contexto da educação ibirapitanguese, foi oferecido na década de 1960 apenas o
ensino do antigo primeiro e segundo grau, nos principais colégios: Centro
Educacional de Ibirapitanga e Colégio Rômulo Galvão. Até hoje são oferecidos o
ensino da educação infantil, fundamental e médio. As pessoas que desejam obter
o nível superior precisam, até hoje, migrar para cidades maiores, como:
Itabuna, Jequié e até mesmo Salvador, já que a cidade não dispõe de faculdade,
nem universidade.
É
importante salientar que os meus pais só concluíram os seus estudos, antigo
primário, na década de 1960. No entanto não conseguiram fazer o ginásio porque
precisavam estudar por meio de um livro, para passar na prova de admissão,
semelhante a um vestibular, para dar continuidade aos estudos. Além disso, o
ginásio não era público, e os mesmos não tinham condições de pagar.
Enquanto
a minha experiência de estudante, o ensino na década de 1980 era gratuito, em
todos os níveis e bastava, apenas, os pais matricularem os seus filhos. Mas,
assim que conclui o ensino fundamental, os meus pais me mandaram para Jequié,
para fazer o ensino médio e o ensino superior.
No
auge na lavoura cacaueira os grandes fazendeiros mandavam seus filhos, ainda no
ensino fundamental, para a capital, a fim de obter uma formação de qualidade e
adentrarem nas principais universidades, tornando-se médicos, advogados,
engenheiros. Profissões julgadas renomadas. Muitos voltavam para atuar em
Ibirapitanga, outros permaneciam em Salvador ou migravam para outros lugares.
Alguns não valorizavam as oportunidades e se distanciavam dos sonhos de seus
pais.
Terra de origem das minhas raízes
“materna”
CAMAMÚ –
Cidade Matriz de Ibirapitanga
Fonte da imagem: http://www.google.com.br/imgres?q=Camam
Porto
de embarcação para Barra Grande e a Baía de Camamu, a cidade de Camamu está
localizada à margem do rio Acaraí em meio a uma área de muito mangue.
Antiga cidade
colonial, Camamu foi construída em dois andares, como Salvador. Na cidade alta,
uma igreja e antigas casas coloniais. Na cidade baixa, o porto e a feira.
Camamu foi elevada
à condição de cidade em 1891. Nessa contexto, eis que surgem os meus bisavós maternos.
Eles moravam no distrito Cachoeira do Pau, mencionado acima. E sobreviviam de
uma agricultura familiar. A educação escolar deles, nesse período era
inexistente. A educação para aquelas pessoas que viviam em cidades e/ou
lugarejos menos desenvolvidos, se tornava impossível. Mas, no Brasil, segundo
Saviani (2006) a constituição da educação pública estadual brasileira acontecia
justamente nesse período. Com a proclamação da república surgem as novas ideias
de romper com atraso, formando cidadãos.
BREVE
HISTÓRIA DE CAMAMÚ
Inicialmente
habitada pelos índios Macamamus, a cidade originou-se de um povoado fundado em
1561 pelos Jesuítas, com o nome de Nossa Senhora de Conceição Macamamu. Os
Jesuítas desenvolveram bastante a agricultura. A cidade tornou-se importante e
chegou ser o maior produtor de farinha de mandioca do Brasil. Rica, ela atraiu
a cobiça de piratas e invasores. Em 1624 e 1627 a cidade sofreu vários ataques
dos holandeses. Para se proteger de novas invasões, a população obstruiu a passagem
para o porto com pedras enormes que ficaram até hoje, obrigando os barcos a
ziguezaguear no canal para atingir o porto.
Essa
cidade aporta um dos maiores pontos turísticos do Brasil, a terceira maior baía
brasileira (a Baía de Camamu), além de possuir uma infinitude de ilhas
entocadas em meio a mata atlântica preservada, e os pequenos povoados que
mantém viva a cultura tradicional.
Em 1961, o
território de Camamu foi desmembrado para formar o município de Ibirapitinga.
Atualmente o município conta com mais de 32.000 habitantes e ocupa uma área de
885,20 km².
Terra de origem
das minhas raízes “paterna”
Contexto
Histórico de Jequié
Praça Castro Alves
A
cidade se desenvolveu a partir de movimentada feira que atraía comerciantes de
todos os cantos da região, no final do Século XIX. Pertenceu ao município de
Maracás de 1860 a 1897. Jequié é originado da sesmaria do capitão-mor João
Gonçalves da Costa, que sediava a Fazenda Borda da Mata. Em pouco tempo, Jequié
tornou-se distrito de Maracás, e dele se desmembrou, tendo como primeiro
intendente (prefeito) Urbano Gondim. Período que antecede a municipalização de
Jequié, década de 1890, é a mesma década que os meus avós paternos nasceram e
moraram por muito tempo no povoado de Baixa Alegre, pertencente ao distrito de
Jequié, que fica mais voltado para a Zona da Mata. Trabalhavam e moravam com os
seus familiares em fazendas de cacau. Nunca tiveram oportunidades de estudar.
O
meu pai que nasceu na década de 1940, já viveu uma situação diferente. Nas
fazendas de cacau existiam algumas escolas mantidas pelos fazendeiros, para que
as crianças dos piões tivessem algum acesso à escola. Muitas vezes eram
professoras que vinham da cidade, para lecionar. Assim, o meu pai e as crianças
do povoado aproveitavam a oportunidade para estudarem.
Mas,
voltando ao contexto de Jequié, só a partir de 1910, torna-se cidade e se
transforma em um dos maiores e mais ricos municípios baianos. Pelo curso
navegável do Rio das Contas, pequenas embarcações desciam transportando
hortifrutigranjeiros e outros produtos de subsistência. No povoado, os mascates
iam de porta em porta vendendo toalhas, rendas, tecidos e outros artigos
trazidos de cidades maiores. Tropeiros chegavam igualmente a Jequié carregando
seus produtos em lombo de burro. O principal ponto de revenda das mercadorias
de canoeiros, mascates e tropeiros deu origem à atual Praça Luis Viana, que tem
esse nome devido a uma homenagem ao governador que emancipou a cidade.
Ali veio a desenvolver-se a primeira feira livre da cidade que, a partir de 1885, ganhou mais organização com a decisão de José Rotondano, José Niella e Carlos Marotta, comerciantes e líderes da comunidade italiana, de comprarem todo o excedente dos canoeiros e de outros produtores. Depois da terrível enchente de 1914, que destruiu quase tudo em Jequié, a feira, o comércio e a cidade passaram a desenvolver-se em direção às partes mais altas.
Em 1927, festejou a chegada da "Estrada de Ferro de Nazareth". Já nesse tempo, Jequié era uma das cidades mais importante do Estado e teve no comerciante Vicente Grillo seu grande benfeitor.
Ali veio a desenvolver-se a primeira feira livre da cidade que, a partir de 1885, ganhou mais organização com a decisão de José Rotondano, José Niella e Carlos Marotta, comerciantes e líderes da comunidade italiana, de comprarem todo o excedente dos canoeiros e de outros produtores. Depois da terrível enchente de 1914, que destruiu quase tudo em Jequié, a feira, o comércio e a cidade passaram a desenvolver-se em direção às partes mais altas.
Em 1927, festejou a chegada da "Estrada de Ferro de Nazareth". Já nesse tempo, Jequié era uma das cidades mais importante do Estado e teve no comerciante Vicente Grillo seu grande benfeitor.
Importante
episódio da história estadual foi a decisão inusitada tomada pelo então
Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Aurélio Rodrigues Viana que,
assumindo o governo em 1911, decretou a mudança da capital do estado, de
Salvador para Jequié - ocasionando imediata reação do governo federal, que
bombardeou Salvador e forçou a renúncia do político que adotara a medida. Jamais
tendo se constituído de fato, o gesto, entretanto, marcou a História da Bahia,
como um dos mais tristes, sobretudo por ter o bombardeio da capital provocado o
incêndio da biblioteca pública, onde estava guardada a maior parte dos
documentos históricos de Salvador.
RERENCIAIS
BAHIA.
Secretaria da Cultura e Turismo. Superintendência de Cultura. Guia Cultural/ da
Bahia: Sudoeste-Salvador. v.8.il.
Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros. Planejado e orientado por Jurandyr Pires Ferreira.
2 de Julho de 1958.
SAVIANI,
Dermeval, et al. O legado educacional do século XX no Brasil,Campinas: Autores
Associados, 2004.
Sites
visitados:
Fonte
de pesquisa de Jequié: acessado em: 20 de outubro de 2012 às 14:00 http://www.jequie.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=72&Itemid=40.
Acessado
em: 22 de outubro de 2012
Fonte das imagens de Camamú acessodas em: 22 de
outubro de 2012
Fontes de
Pesquisa de Ibirapitanga: Acessado em 19 de setembro de 2012
Entrevista
com uma pessoa da minha família (minha mãe)
1. Qual
era a agricultura que prevalecia na cidade de Ibirapitanga (antigo povoado
Cachoeira do pau), no período dos meus bisavós?
‘Naquela
época o povo plantava mandioca, feijão, arroz, criava galinha, porco, vaca
(para tirar o leite). Mas, tudo isso era pro sustento da família. A única coisa
que era comercializada era o cacau. Meu avô depois que colhia o cacau, ele
secava e levava em dois burros para Camamú. A viajem levava oito dias.’
2. Qual
era a relação desse povoado com Camamú?
‘Meu
avô e o meu pai iam prá Camamú prá comprar comida, prá vender o cacau e,
também, quando alguém tava doente tinha que ir prá lá. Quando a gente via que
tava piorano, tinha que levar de burro, logo’.
3. Qual
era o meio de transporte além do burro? Existia o transporte pelo rio?
‘A
gente só tinha o burro. Todo mundo transportava as coisas de burro’
4. Quando foi que
o cacau impactou nessa região?
‘Olha...
eu só sei te dizer que desde que eu me entendo por gente, já existia o cacau.
Meu avô plantava, meu pai plantava... mas quando eu era pequena o cacau não
tinha tanto valor, não’.
O SURGIMENTO DO CACAU NA BAHIA
Em 1746 houve a primeira
plantação do cacaueiro na Bahia. Foi na fazenda Cubículo, às margens do rio
Pardo, atual Município de Canavieiras. O responsável pelo plantio foi o
colonizador Antonio Dias Ribeiro que trouxe do Pará as sementes da nova cultura
regional. No ano de 1752 chegou a Ilhéus. Após, espalhou-se pelo sul da Bahia.
As matas eram derrubadas para a
implantação desta nova cultura na Bahia. A cultura do cacau foi importante para
a economia da Bahia e do Brasil. Os produtores de cacau colheram muito poder e
riqueza com a cacauicultura. Ilhéus foi o maior pólo cacaueiro da Bahia tendo o
maior porto exportador de cacau do Brasil. O auge da cultura do cacau foi no
final do século XIX e início do século XX. O Brasil chegou a ser o maior
exportador mundial de cacau.
Disponível em: http://www.hjobrasil.com/ordem.asp?secao=1&categoria=132&subcategoria=611&id=3706,
acessado em 08 de dezembro de 2012.








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